12
fev

Profissão de leiloeiro é promissora, mas requer espírito empreendedor

Atividade exige investimento inicial e experiência jurídica

Presentes no imaginário popular, os leilões ainda são vistos como se só existissem nos filmes. Grandes salões, objetos caríssimos e pessoas levantando suas plaquinhas ou piscando enigmaticamente. Aquela cena do leiloeiro batendo o martelo e contando os lances existe na vida real, mas não é tão simples quanto parece.

Para ser um profissional da leiloaria são necessários espírito empreendedor e conhecimento técnico. Por isso, o profissional precisa estar preparado para não apenas realizar leilões comuns, mas fazer longas viagens, conversar com magistrados e entender quais as dores do poder judiciário e o que o profissional pode fazer para auxiliar a administração pública. Fora isso, é esperado do profissional que ele busque especializações a fim de ampliar o conhecimento do mundo jurídico.

No Paraná, quem se destaca na profissão é o leiloeiro público Helcio Kronberg, o mais nomeado do estado, graças a enorme quantidade de arrematações em seus leilões. Com mais de duas décadas de profissão, Kronberg acumula mais de 22 mil leilões realizados (só em 2019 foram mais de mil) e mais de 478 mil itens leiloados.

O profissional iniciou o trabalho atendendo juizados especiais, assim que eles foram criados. “Assumi a condição de fiel depositário dos bens, quando os outros leiloeiros recusavam tal atribuição por acharem que não era obrigação. Foram muitos os percalços, vencidos sempre com empreendedorismo, dedicação e empenho “, diz. Só em 2019 foram mais de mil leilões feitos.

Mas para alcançar esses números, Kronberg precisou batalhar. O leiloeiro passou por todos os desafios relacionados à profissão, tornando-se referência nacional, constantemente chamado para colaborar nas formulações das políticas públicas envolvendo leilões judiciais e extrajudiciais. Kronberg foi consultado por órgãos como o Conselho Nacional de Justiça (CNJ), o Conselho da Justiça Federal (CJF) e o Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP). Autor de diversos livros, Kronberg é docente e jurisconsulto com várias titulações acadêmicas. Seu último livro, “Leilões Judiciais e Extrajudiciais” (Editora Hemus), explica todas as formas de leilões e como um profissional da área deve agir.

Proatividade

Um leiloeiro público deve ser empreendedor e buscar o relacionamento com eventuais clientes que podem contratá-lo para realizar leilões, assim como criar um relacionamento com compradores. No caso de Kronberg, o profissional promove palestras para quem quer aprender a investir em leilões e para quem quer se tornar um leiloeiro. Em todos esses anos, Kronberg se esforça para popularizar os leilões como oportunidade de negócio para o consumidor, ao mesmo tempo em que conscientiza os participantes sobre como reconhecer tentativas de golpes de fraudes.

Um dos exemplos que provam que a profissão de leiloeiro exige tempo e investimento são as viagens para conhecer a realidade de todo o estado, que embora não sejam obrigatórias, influenciam diretamente no resultado de quem quer seguir pelo caminho da leiloaria. No Paraná, Kronberg já rodou mais de 700 mil km em estradas e é o único leiloeiro que já visitou todos os fóruns em todas as comarcas do estado, viajando para conversar com magistrados, sempre com o objetivo de propor soluções aos magistrados nas alienações judiciais. Percebendo a necessidade de melhoria no processo dos leilões, o profissional passou a realizar as intimações às partes e demais interessados, desafogando as secretarias das varas.

Além dos leilões

Kronberg também passou a atuar como avaliador judicial nos processos em que era nomeado, ao perceber que os avaliadores realizavam análises nem sempre criteriosas. Com isso, o processo de leilão ficou mais ágil, já que é recomendado que o bem seja vendido em até um ano após a avaliação. Além de dar mais celeridade ao processo, a avaliação realizada pelo leiloeiro é mais próxima do valor de mercado, dada a experiência de Kronberg. Em 2016, essa possibilidade foi admitida pelo Código de Processo Civil.

Kronberg também realiza leilões de Varas Criminais, oferendo aos juízes a alienação antecipada de bens, a fim de preservar o valor e evitar a depreciação. É o leiloeiro mais nomeado nas Varas Criminais de todo estado.

Como ser um leiloeiro?

Para ser um leiloeiro, nem sempre é possível conseguir habilitação imediata. No Brasil, obrigatoriamente, o profissional precisa estar matriculado para exercer a profissão. Se for leiloeiro público oficial, precisa ser na Junta Comercial. Se for leiloeiro rural, na Federação de Agricultura. O leiloeiro oficial pode leiloar todo tipo de bem, o leiloeiro rural, apenas bens rurais. Também vale lembrar que o leiloeiro é um profissional autônomo e não um servidor público

Além de imóveis, o leiloeiro oficial pode atuar em outros segmentos na área, como a venda de automóveis, quadros e outros objetos, como joias.  No caso de leilões judiciais, que resultam da penhora de bens de um devedor, o leiloeiro oficial é nomeado pelo juiz da vara em que tramita o processo. A partir da nomeação, o profissional assume todas as fases da expropriação forçada. É ele quem faz as intimações, verifica o processo judicial, prepara a avaliação do bem, faz edital para publicação, vende e acompanha o processo até que o comprador receba o bem.

Coisa séria

A leiloaria também não é uma atividade para quem está em dúvida sobre a carreira. Além de tempo, o profissional precisa investir em divulgação, já que todos os leilões devem ser amplamente divulgados. Fora isso, no caso de leilões extrajudiciais, realizados por bancos e seguradoras, o leiloeiro precisa ter condições de armazenagem, como barracão próprio, um pátio cercado, capital de giro para a segurança, capacidade de remoção e guarda de bens, equipe, entre outros.

O decreto 21.981, que regulamenta a profissão, determina que o indivíduo seja cidadão brasileiro, maior de 25 anos, esteja em conformidade com seus direitos civis e políticos e tenha idoneidade comprovada. 



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