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mai

“A Lei das Estatais melhorou a governança no setor federal. As estatais estaduais têm que seguir a mesma trilha”

Especialista em governança pública e privada, Marcelo Gasparino analisa o cenário do empresariado em live realizada pelo Word Trade Center Joinville

Um dos pilares de gestão que mais recebe atenção após os desdobramentos da Operação Lava Jato, a governança vem sendo aprimorada nas empresas públicas e privadas. O cenário é acompanhado atentamente por um especialista catarinense que atua como conselheiro na Petrobras, na Vale e na Cemig, entre outras. Advogado e administrador, Marcelo Gasparino abordou as perspectivas da governança em live do World Trade Center (WTC) Joinville, realizada no perfil do Instagram @wtcjoinville. Para ele, os avanços que a Lei das Estatais trouxe para o setor federal ainda não chegaram às estatais estaduais. E isso deve ocorrer urgentemente.

“A questão pública é sempre mais difícil, pois é antipática. Não existe um meio termo: ou se está certo ou errado. Temos uma série de vícios de gestão pública que acabam afetando a iniciativa privada. Na gestão pública, me parece que falta ainda um engajamento do quadro. É preciso menos corporativismo e mais engajamento pelo bem comum. Mais consciência de que, no futuro, boas práticas de governança corporativa serão benéficas para todos”, avalia Gasparino.

Governança nas estatais

Em razão da Lei das Estatais (Lei 13.303/2016), a gestão das estatais federais melhorou de forma perceptível, segundo o administrador, por ter afastado as indicações políticas das principais posições de gestão. “A mudança já ocorreu nas diretorias e conselhos de administração. Foi um grande feito, alterou a realidade de empresas. Como a Eletrobrás e a Petrobrás. Também posso testemunhar sobre o Banco do Brasil, conheço alguns conselheiros de lá, houve uma melhoria muito grande. Ainda há muito o que fazer, mas estão no caminho certo. Precisamos que as estatais estaduais sigam a mesma trilha.”

Mudança de mentalidade

Para Gasparino, hoje não existem mais barreiras para a informação. “A mentalidade de guardar segredos para si é algo superado, tudo acaba sendo compartilhado em eventos de mercado. Os jovens empreendedores, donos de startups, desejam ouvir a opinião de pessoas mais experientes, que viveram realidades ainda inédita para eles. Querem agregar opinião advinda da experiência de vida dos conselheiros.”

Em relação às empresas privadas, é preciso cuidado com os chamados "conselhos de confrades" – que reúnem apenas amigos advogados ou empreendedores, sem a liberdade de confrontar o CEO quando necessário. “Os conselhos de administração têm que ser formados por profissionais capacitados para compô-los, que se preparam para a função com a especialização em governança corporativa. Nunca fui partidário da unanimidade. O presidente de uma empresa não pode ter apenas respostas favoráveis às decisões que toma. Tem que sair da zona de conforto”, pontua.

Empresas familiares

Bastante comuns na Região Sul, as empresas familiares encontram desafios nos momentos de sucessão, quando a governança precisa ser colocada em prática. “Nessas horas, é fundamental a distribuição de poder nas empresas. Existem fundadores que acham que nunca vai chegar o momento de passar o bastão. As vezes aquele CEO se priva de muitas coisas para chegar onde está, o tempo passa e ele só na hora da sucessão ele percebe que os filhos não deram valor a tudo que possuem. É aquele ditado: ‘pai rico, filho nobre, neto pobre’. Temos que fazer nossos filhos passarem por desafios para dar valor ao patrimônio, ter consciência”, aconselha Gasparino.

Agenda de lives

Associação de negócios que busca fomentar a troca de experiências entre profissionais e empresas, além do networking para negócios, o WTC Curitiba e Joinville realiza uma programação semanal de lives com especialistas em seus perfis do Instagram (@wtccuritiba e @wtcjoinville) e Youtube. Para a agenda de maio, temas como comunicação estratégica e inovação serão abordados nas transmissões conduzidas pelo diretor executivo do WTC Curitiba e Joinville, Milton Fabricio. 

“Diante do período de isolamento social, o WTC iniciou essa série de lives com especialistas, para continuar promovendo o intercâmbio de conhecimentos e fomento de negócios com o empresariado da Região Sul, mesmo com a impossibilidade temporária da realização de encontros presenciais dos grupos de competitividade”, explica Fabricio. As lives acontecem nas quartas-feiras, às 18h30. 

 

Sobre o World Trade Center

Somos um ecossistema global de comércio e investimento, criado há 50 anos como um ponto central de cooperação e conexão, visando a organizar e facilitar a expansão de negócios internacionais. Trabalhamos para dar continuidade ao legado do WTCA, de criar prosperidade e desenvolvimento econômico relevante, com foco no Brasil, mostrando ao resto do mundo o que os estados do Sul do Brasil têm de melhor a oferecer e perseguindo mais oportunidades para nossos associados. Aumentamos a competitividade das empresas locais, geramos negócios, fomentamos o comércio internacional, disseminamos melhores práticas globais, fomentamos a educação e a liderança empreendedora e trazemos inovação e investimentos para o país.



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